Um estudo prévio realizado em agosto de 2020 sobre atividade economica, revelou que 42,1% dos empresários do Brasil crê na retomada da normalidade da produção acontecerá somente em 2021, enquanto 25,1% dos entrevistados afirmaram já operar regularmente apesar da pandemia.
Em compensação, 10,4% não conseguem visualizar um retorno ao mesmo nível da pré pandemia.
Conduzido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o estudo foi realizado com intuito de entender o impacto da Covid-19 e suas consequências sobre o consumo e produção nacional.
Foram entrevistados 1510 consumidores, 668 empresas da Indústria de Transformação, 489 da construção, 1212 de Serviços e 498 do Comércio, entre os dias 1e 14 de agosto.
Os empresários do setor de Serviços, mais afetado pelos impactos econômicos do coronavírus, foram os mais pessimistas em relação à recuperação econômica do país. Apenas 16,6% das empresas estão operando em situação considerada normal, mas para 47,2% a normalidade viria a partir de 2021 e 14,7% não conseguem visualizar o retorno.
“De modo geral, os resultados mostram que o setor de Serviços, principalmente o segmento de Serviços prestados às famílias, ainda tem um caminho árduo até sua plena recuperação. Enquanto houver dúvidas em relação à recuperação econômica e principalmente do mercado de trabalho, e enquanto ainda tivermos restrições ao funcionamento de alguns tipos de estabelecimentos, ou a população não se sentir confortável para voltar a frequentá-los, esse setor será duramente impactado”
Renata de Mello Franco, economista do FGV IBRE e uma das responsáveis pela pesquisa.
Cerca de 66,0% de empresários do chamado ‘segmento de serviços prestados às famílias’ esperam a volta à normalidade somente em 2021. Há ainda uma parcela que não enxerga um cenário mais favorável a pré-pandemia em qualquer cenário futuro, que respondem a 16,9% dos empresários.
Em um levantamento anterior da mesma instituição, mostrou que 80,1% dos consumidores não frequentariam em hipótese alguma cinema/teatro, 64,3% não iriam a bares/restaurantes e 70,4% não viajariam de férias.
Por outro lado, a indústria e do comércio apresentaram maior percentual de respostas de empresas operando normalmente, com 30,4% e 32,5% respectivamente.
Segundo a sondagem da Indústria de agosto, houve uma sinalização de crescimento de 8,4 pontos do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação ao número final de julho, para 98,2 pontos.
Caso o resultado se confirme, o índice estaria 0,7 ponto acima do valor observado em março (97,5 pontos) e teria recuperado aproximadamente 93% das perdas observadas em março e abril.
O aumento da confiança nesta prévia decorre tanto da melhora nas avaliações dos empresários em relação ao momento quanto em relação às expectativas para os próximos meses.
De acordo com o ‘Índice de Situação Atual’ aumentou 8,1 pontos, para 97,2 pontos. Já o Índice de Expectativas avançou 8,8 pontos, para 99,3 pontos, valor acima do observado em março (96,2 pontos).
O resultado preliminar deste mês indica crescimento de 3,1 pontos percentuais do Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI), para 75,4%. Se esse resultado se confirmar, o NUCI estará 0,1 p.p. superior ao de março (75,3%), mas ainda 4,4 p.p. abaixo da média histórica entre janeiro/2001 e março/2020.
Mais da metade das famílias de baixa renda foi fortemente impactada.
De acordo com a pesquisa, 55,1% das famílias de baixa renda (que ganham até R$ 2.100) foram muito impactadas pela pandemia.
Por outro lado, nessa mesma faixa de renda também está o maior percentual das famílias que responderam não terem sido afetadas.
Esse resultado pode ser explicado pelas pessoas que não puderam parar de trabalhar ou que receberam o auxílio emergencial, fazendo com que sua renda e consumo não tivessem caído significativamente. De maneira geral, 48,7% dos consumidores afirmaram terem sido muito impactados, 26,6% mais ou menos, 18% pouco e apenas 6,7% não foram afetados em nada.
Sobre a principal preocupação dos consumidores, quanto maior a renda maior é a preocupação com ameaça à saúde e isolamento social, e menor em relação ao impacto financeiro.
Para as faixas com pouca renda, esse impacto tem sido mais intenso e mais relacionado a questões econômicas, principalmente perda de emprego e deterioração da situação financeira familiar. Por fim, para os consumidores das faixas de renda mais alta, o impacto tem sido menos intenso e mais relacionado às questões de saúde física e psicológica.
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