Automação, Sistema de Gestão e o Cliente Pós Covid-19

As empresas de todos os setores e tamanhos devem revisar suas operações a caminho da automação e um melhor sistema de gestão empresarial para garantir melhor atendimento a seus clientes e manter valor de mercado após as mudanças provocadas pela pandemia do novo coronavírus.

Especialistas de mercado ouvidos pelo The Wall Street Journal projetam que as empresas aumentarão a automação após a covid-19, uma vez que os empreendedores buscam reduzir custos e aumentar a produtividade. Alguns desses esforços de corte de custos envolverão o uso de software robótico com algum nível de inteligência artificial, machine learning e sistemas ERP.

“Em vez de deslocar os trabalhadores, o software robótico está ajudando as empresas a expandir e crescer, permitindo que trabalhadores sejam mais produtivos”

Daniel Dines, fundador da UiPath, multinacional especializada em robotic process automation (RPA)

Mais importante, empresas estão lidando agora com um novo tipo de interação de cliente, o que por um efeito cascata também exige do empreendedor sua modernização e busca por parceiros B2B que estejam à altura dos desafios que enfrentam. O ecossistema da indústria 4.0 está se consolidando.

Aumento de automação

A empresa de pesquisa International Data Corp. disse à reportagem do The Wall Street Journal que estima que 40% das empresas em todo o mundo estejam aumentando o uso de automação, tentando reduzir a ineficiência e acelerar as operações. A Forrester Research, por sua vez, espera que a desaceleração provocada pela pandemia seja seguida por uma recuperação prolongada do desemprego, impulsionada por um aumento na automação, de acordo com um relatório recente.

No Brasil, a busca pela automação também deve aumentar segundo estudos da UFRJ e do Ibre/FGV. Daniel Duque, pesquisador do FGV Ibre afirmou em entrevista ao Estadão que “a indústria (brasileira) vai ter aceleração da automatização porque certamente os países que automatizaram sua produção já estão se saindo muito melhor (da pandemia) dos que não fizeram isso neste momento. O que deve acontecer é que vai acelerar essa tendência no Brasil”, afirmou.

As ferramentas tecnológicas do home-office

O trabalho remoto durante o tempo de isolamento social (que vigora ainda na maior parte do país, mas em vias de ser terminado) foi possível apenas porque existem diversas ferramentas tecnológicas que permitem que o funcionário e a empresa se conectem para manter as atividades mesmo à distância.

Sylvia Bellio, especialista em infraestrutura de TI e CEO da it.line, comenta que a princípio as empresas se adaptaram de forma passageira para exercer o home-office e, algumas até de forma improvisada. Mas a experiência vem se demonstrando bem-sucedida para diversos tipos de negócios, ao ponto de levar a revisão do que era temporário para, possivelmente, se tornar permanente.

“Algumas empresas perceberam com a prática que poderia ser mais econômico e assertivo investir em tecnologia para trabalhar remotamente do que reter os funcionários dentro das companhias”

Sylvia Bellio

Tarefas operacionais e administrativas

Com esta multiplicidade de ferramentas de gestão, segurança, acesso, comunicação, entre outras, as empresas também devem se lembrar de investir em um sistema ERP que atenda as expectativas.

A escolha de um sistema ERP deve ser feita com muita calma para não haver enganos. Uma decisão por um ERP que não atende seus problemas provavelmente resultará em dor de cabeça e prejuízo. Isso porque o mercado está repleto de diversas opções, mas a maior parte deles possui uma série de limitações operacionais.

Se emite notas fiscais não faz controle de estoque, se faz fluxo de caixa, não permite que você monitore a linha de produção!

Ou ainda, podem exigir pagamento para executar eventuais upgrades necessários, conforme sua empresa gerar mais dados e conseguir mais cliente, o que naturalmente irá ocorrer.

O diferencial agora é essencial

O que antes da crise causada pela covid-19 poderia ser facilmente encarada como um diferencial competitivo, o uso de um ERP substituindo as velhas planilhas em excel agora é essencial.

Isso porque o isolamento social trouxe, como já disse, mudanças no consumo, na forma de trabalhar, na logística de supply chain, e na troca de dados entre as organizações. É importante lembrar que essa mudança de paradigma não foi um erro de percurso, mas uma aceleração forçada da automação. O que era inevitável no futuro próximo, agora chegou.

Por exemplo, para competir no mercado atual, as empresas de distribuição precisam se adaptar às necessidades específicas do setor para oferecer flexibilidade às mudanças nos negócios. Ao escolher um ERP o empreendedor está colocando nas mãos do gestor uma ferramenta de gestão que previne interrupções, divide melhor as inúmeras tarefas em módulos gerenciáveis e reduz a complexidade de todo o processo.

O cliente impulsiona comércio online

“Fizemos uma pesquisa com o Ibope e descobrimos que mais de 30% das pessoas estão comprando pela internet pela primeira vez. É muito provável que isso permaneça, e as empresa precisam se preparar”, afirmou o diretor do Facebook, Conrado Leister, durante conversa na série “Tempos de Crise”.

Para o diretor, mais que ter um canal de vendas na internet, as empresas precisam estar atentas a formas eficientes de comunicação e relacionamento com os clientes. Além disso, precisam de uma estrutura que permita a integração de todos os pontos soltos da empresa e torne o fluxo de dados entre elas mais harmoniosas.

Isso só pode ser alcançado com um software de ERP capaz de propiciar isso. De acordo com o Gartner, pelo menos 50% das maiores empresas globais estarão utilizando Inteligência Artificial (IA), Análise de dados e Internet das Coisas (IoT) em suas operações de supply chain até 2023.

O que determina o fator de sucesso para os distribuidores é o desenvolvimento de serviços inovadores. Seja qual for o negócio do seu cliente, ele também está oferecendo serviços especializados ou produtos para um consumidor final muito mais exigente e também integrado com sistemas tecnológicos.

Os pequenos empreendedores e microempreendedores devem procurar um sistema de ERP que não apenas ofereça suporte às demandas de serviços, mas que possua a capacidade de integrar o uso de tecnologias como a IoT, inteligência artificial e machine learning.

Na prática, isso significa melhorar a experiência de compra de seus clientes, uma melhor organização de seu estoque e corte de custos desnecessários.

Produtividade alta

Esse novo cliente clama por velocidade nas respostas que faz. Isso implica que as empresas foquem esforços em operações mais simplificadas e eficientes. Imagine ter em mãos relatórios sobre o estoque do seu pequeno armazém para fazer uma entrega delivery, ou verificar um produto específico no estoque da empresa matriz ou filiais.

Bem como fazer as devidas conciliações de mudança do produto de um estoque para o outro sem maiores complicações ao fechar a venda e seu caixa.

Nem todo sistema ERP utiliza essas novas tecnologias para antecipar as flutuações na demanda e tomar melhores decisões de compra. Lembre-se disso.

No entanto, há sistemas também oferecem um controle total de estoque, substituindo processos manuais que inevitavelmente são passíveis de erros. Há ainda recursos de gerenciamento de ativos para melhor gestão de frota de entrega. Isso garante que a mão de obra esteja sempre na ativa e com capacidade de entregar nos devidos locais e horários combinados previamente.

Não deixei que outros determinem seu futuro

Por fim, seja no home-office ou na sede da empresa, para alcançar o sucesso é necessário que os empreendimentos tenham boas governanças tecnológicas que acompanhem as constantes mudanças. Enquanto os concorrentes deixam certas desconfianças de lado e investem em ferramentas de gestão financeira que lhes permitem atender melhor os clientes e suas necessidades, os empreendedores sem software de gestão empresarial tendem a ficar para trás, e eventualmente desaparecer.