ERP: essencial na gestão tributária do futuro

A digitalização em larga escala do sistema de contabilidade de negócios aponta para um cenário cada vez mais complexo envolvendo os softwares de gestão tributária do futuro. Isso torna o ERP essencial nesse cenário. A checagem de emissão de notas feita pelas autoridades, por exemplo, será feita em tempo real utilizando machine learning e RPA para a checagem de padrões nas transações.

Isto é, em conexão direta com o sistema ERP das empresas.

ERP na Gestão

Portanto, isso quer dizer que, em pouco tempo, possuir um software de gestão de recursos empresariais – ERP, para cuidar da área tributária e de contabilidade de um negócio, seja ele de qualquer tamanho, não será mais uma opção em busca da eficiência, mas sim, uma necessidade frente a nova era digital da contabilidade.

A previsão saiu no boletim de tendências da Deloitte, empresa de auditoria e consultoria econômica.

Nem todo o mundo está no mesmo estágio de evolução digital, no entanto, o Brasil ganha papel de destaque por exigir que qualquer movimentação tributária seja emitida a Nota Fiscal Eletrônica, a NF-e.

Evolução Natural

Primeiramente, o sistema tributário já passou por diversas mudanças ao longo dos séculos, e ainda está em constante evolução. Sendo assim, a digitalização total é a última fronteira a ser ultrapassada rumo à conformidade total de regras.

Em segundo, é na gestão tributária do futuro que o uso de um software de gestão tributária passa de um acessório facilitador de trabalho, para uma ferramenta essencial de trabalho das empresas.

Se o futuro é interconectado, online - e na nuvem - todas as agências e órgãos fiscalizadores de contabilidade exigirão mais transparência em todas as operações realizadas por empresas.

Instituições Ficarão Mais Exigentes

Mais ainda, as instituições responsáveis pensam em como obter dados mais oportunos das empresas. Isso inclui dentro de suas funções tributárias, que considerem como podem avançar mais e obter mais fontes de dados pelos sistemas de gestão tributária, incluindo a utilização de sistemas ERP com inteligência artificial.

Isto é, criar softwares que preencham lacunas de falta de informação entre o que o ERP manda e o que o órgão recebe em matéria de dados massificados.

Duas Mãos

Todavia, isso também força as empresas a investirem em um sistema ERP (incluindo investimentos maiores em ERP com inteligência artificial) para gerir de maneira mais eficiente suja contabilidade, uma vez que os órgãos exigirão essa competência no recebimento das informações tributárias.

As empresas, caso ainda não adotem um sistema ERP para a gestão de suas empresas devem pensar criticamente sobre a qualidade de dados que emitem sobre eles mesmos. Esse é um esforço em conjunto dos setores financeiro e de TI das organizações. Até quando valerá a pena economizar nas antigas planilhas de Excel?

As Causas da Mudança

Existem razões claras para essa mudança gradual e sem volta no mundo da contabilidade e tributação. A mais óbvia seria o maior uso da tecnologia nos processos.

A área de tecnologia da informação, o TI, torna-se essencial para as operações empresariais do cotidiano.

Fatores Decisivos

Dessa maneira, a pesquisa mapeou cinco fatores tecnológicos disruptivos indicados como os responsáveis pela mudança de perspectiva. Muito embora, elas já sejam ferramentas utilizadas no dia a dia das empresas, e o conjunto de seu uso hoje, moldará a atividade contábil no futuro.

São eles:

  • Big Data: Um largo volume de dados estruturados – ou não, estão disponíveis de maneira online e usados de maneira escalonada;
  • Processo automatizado: Robôs e automações estão se tornando cada vez mais utilizados e sofisticados;
  • Tomada de decisão: O aumento das decisões humanas tomadas por meio de associações cognitivas computadorizadas, machine learning e outras formas de ERP com inteligência artificial;
  • Democratização de conhecimento: Novos conjuntos de dados e novas fontes de conhecimento estão se sendo amplamente massificadas no ambiente online;
  • Redes abertas: Novos sistemas abertos e colaborativos estão juntando talento, tecnologia e investimentos.

Nova Era da Contabilidade

Tendo em vista essa nova realidade que se apresenta, a Deloitte também citou que a conjuntura irá provocar enormes mudanças em toda a cadeia de trabalho contábil. Isso inclui os contadores e até mesmo advogados de direito tributário, por exemplo.

Ela irá exigir novas habilidades desses profissionais, como estar a par de um conhecimento mais profundo de softwares de gestão empresarial e interação maior com processos automatizados, como o de emissão de notas fiscais, cálculo de impostos de mercadorias, etc.

Não há o vislumbre de erradicação desses profissionais, mas a natureza de sua atuação será profundamente afetada. Eles deverão estar mais atentos com os dados produzidos pelos sistemas ERPs, e como utilizar os sistemas de gestão tributária de maneira efetiva.

Em outras palavras, saber interpretar dados produzidos pelo big data será uma necessidade.

Brasil na Vanguarda

Desde o último encontro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, durante o Fórum da Administração Tributária, realizado em Pequim, houve a separação de países e regiões do mundo que avançam de maneira diferente à digitalização em massa de seus processos tributários para a sistemas de gestão tributária do futuro

O Brasil encontra-se no chamado ‘grupo de conformidade’, juntamente com outros países da América do Sul. Resumidamente, o grupo destacado vê a digitalização de impostos como ‘um meio inteligente e eficiente de transição’ de uma grande economia considerada informal para o sistema tributário comum.

Assim sendo, há a perspectiva para a geração de receita sobre a maioria das decisões sobre digitalização.

Saída da Informalidade

Essa perspectiva sobre o país explica-se pelos esforços do Brasil em implementar a criação do Microempreendedor Individual (MEI), bem como o Simples Nacional, para retirar pequenos negócios da informalidade.

Quer dizer, o país é observado por especialistas tributários do mundo todo por implementar a Nota Fiscal Eletrônica. Bem como sabem, sua emissão é obrigatória sobre toda e qualquer transação onde haja a cobrança de impostos.

Por isso, o país é visto como um modelo a ser seguido por outros que ainda engatinham para essa direção.

Automação de Processos Robóticos – RPA

Uma parte do processo a ser implementado nessa gestão tributária do futuro próximo é o de Automação de Processos Robóticos, o RPA.

Será o fim de qualquer processo manual no ofício da contabilidade. Por exemplo, a automação de processos baseados em regras com software que usam a interface do usuário poderão ser executados em qualquer software. Estão incluídos os aplicativos baseados na web e sistemas ERP.

Antes de tudo, os processos automatizados já estão sendo usados ​​para coletar e reconciliar dados de empresas com fornecedores. Isso garante relatórios precisos de imposto sobre valor agregado.

Com isso, o aumento da velocidade e precisão das informações pode gerar significativos ganhos em dinheiro na forma de redução de juros, multas e reembolsos. Tudo isso devido aos ciclos de auditoria reduzidos ou eliminados.

Machine Learning

O emprego de machine learning foi pensado no processo de planejamento de recursos empresariais. Por exemplo, ao invés de gastar recursos humanos na classificação de despesas para fins tributários, os empreendedores do ramo estão usando nos softwares de gestão tributária algoritmos de machine learning para categorizar automaticamente os dados de despesas em dezenas de milhares de categorias em potencial para apoiar cálculos de isenção parcial, economizando quantidades de horas de recursos e reduzindo as chances de erro.

Economia de Recursos

Em resumo, o machine learning está ajudando portanto os departamentos tributários na recuperação de pagamentos em excesso de impostos. Não apenas eliminando a reconciliação e análise manual recorrente, mas também está acelerando a recuperação de caixa e reduzindo o potencial de pagamentos em excesso ou insuficientes no futuro.

Por fim, essa ferramenta ERP com inteligência artificial é fundamental para a gestão tributária do futuro.